Agronegócio: o que muda com a Reforma Tributária?

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No panorama econômico brasileiro, o agronegócio ocupa espaço de alta relevância. Essa afirmação se baseia em dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA, o qual estima que o setor será responsável por cerca de 24,4% do PIB do país para o ano de 2023, isso representa aproximadamente R$2,63 trilhões. 

Justamente em razão de sua importância que muito vem sendo discutido sobre os impactos da Reforma Tributária para este setor, principalmente nas regiões que se destacam no agro. 

Confira os detalhes do assunto!  

Impactos da Reforma Tributária no agronegócio  

Alguns pontos da reforma preocupam os produtores. O primeiro deles está relacionado ao enfraquecimento do pacto federativo tendo em vista a extinção do ICMS. Além disso, é possível que ocorra uma diminuição na arrecadação para todos os estados brasileiros. 

Outro ponto preocupante é a extinção dos benefícios fiscais, o que pode gerar migração do capital para outros centros econômicos. 

Para que fique mais claro o sistema atual e como será com a reforma, abaixo temos um esquema gráfico. Confira!  

Como se percebe, com as novas regras serão criados um imposto IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e uma contribuição CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), cuja cobrança será feita no território nacional e com alíquota única para todos os setores da economia. 

O Governo Federal estima que a alíquota base pode variar entre 26,9% e 27,5%. 

A proposta da Reforma Tributária confirmou a intenção de se colocar um fim nos regimes especiais e/ou diferenciados. Como dito, este movimento gera insegurança ao agro. 

O setor possui inúmeros benefícios fiscais que têm como objetivo equilibrar todos os riscos envolvidos em sua atuação, bem como pela sua importância indiscutível, visto que são bens que garantem a subsistência humana. 

Para equilibrar o fim dos benefícios fiscais, existe a previsão de redução das alíquotas do IBS e CBS em 60% para alimentos destinados ao consumo humano, produtos agropecuários, aquícolas, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in natura e insumos agropecuários e aquícolas. 

Um dos maiores benefícios da reforma é a implementação da não cumulatividade plena, permitindo o aproveitamento integral dos créditos tributários que certamente trará benefícios ao setor. 

Este é o alicerce sobre o qual a reforma se sustenta, visando a erradicação do efeito cascata que tanto encarece e torna complexa a tributação nacional. Com isso, a agroindústria poderá desfrutar de um ambiente fiscal mais previsível e equitativo. 

Outra previsão contemplada é a redução das alíquotas do IBS e CBS para zero quanto aos produtos destinados à alimentação humana que comporão a Cesta Básica Nacional de Alimentos. 

Essas reduções são recebidas com otimismo pois beneficiam o consumo, a produção e a comercialização desses itens essenciais. 

Um ponto de atenção é que elas, apesar de já autorizadas no texto da reforma, dependerão de lei complementar para dispor as regras quanto a sua aplicabilidade. 

Se implementadas conforme aprovadas, essas medidas têm o potencial de impedir uma elevação nos preços dos produtos, aliviando os encargos fiscais que estão preocupando as empresas do setor. 

Pontos de atenção  

Além do IBS e CBS teremos ainda o Imposto Seletivo – IS, que incidirá sobre a produção, extração, comercialização ou importação de bens e serviços prejudiciais à saúde ou ao meio ambiente. 

Este imposto pode anular a redução concedida ao setor, pois tem o potencial de aumentar a carga tributária sobre insumos vitais como: pesticidas, herbicidas e inseticidas. 

O receio é que esse acréscimo tributário neutralize os benefícios da redução da alíquota geral e afete negativamente o custo de produção, com possíveis repasses ao consumidor final. 

Principais alterações em comparação com o sistema atual  

Abaixo disponibilizamos um quadro que sintetiza as principais alterações trazidas pela Reforma Tributária em comparação ao atual sistema: 

 

Conclusão  

É prudente manter cautela moderada quanto a reforma, ainda que proponha um cenário promissor, a implementação das mudanças e a manutenção da carga tributária efetiva ainda exigirão uma observação atenta e uma gestão fiscal assertiva. 

Além do que, o ponto de equilíbrio está na lei complementar que será elaborada, na qual os assuntos mais sensíveis deverão ser tratados e solucionados. 

As discussões ainda não estão fechadas, mas algo é certo: a compreensão dos temas que estão sendo tratados deve ser prioridade para as empresas que querem se preparar para as próximas etapas da Reforma Tributária.  

Gostou do conteúdo? Esperamos que ele tenha esclarecido o que muda no agronegócio com a Reforma Tributária. 

Em caso de dúvidas, clique aqui e converse com o nosso time de especialistas.  

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