A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E O MERCADO JURÍDICO

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Ana Carolina Baraldi Pereira de Mello
Advogada do Escritório Marcos Martins Advogados

Devemos refletir sobre o papel do advogado no mundo atual. É possível a substituição do operador do direito pela inteligência artificial? Há razões para temer? Pois bem.

Ao longo do último século, em especial nos últimos anos, a tecnologia trouxe desenvolvimento e evolução, sendo certo que em razão disso muitas profissões foram extintas e postos de trabalhos substituídos. Apesar disso, são inegáveis os inúmeros benefícios decorrentes desta revolução e evolução tecnológica, natural e positiva.

Dentro desse contexto se releva a Inteligência Artificial, que alcançou o mercado jurídico e vem sendo um tema de grande destaque e debate. Mas, questiona-se: é possível a substituição de um trabalho muitas vezes tão artesanal como o do operador do Direito pela tecnologia?

Antes de adentrar ao tema, vale uma digressão singela sobre a significação da expressão inteligência artificial, que consiste num ramo da ciência da computação que se propõe a elaborar dispositivos que simulam a capacidade humana de raciocinar, perceber, tomar decisões e resolver problemas.

É verdade que o ingresso da tecnologia no mercado jurídico é um caminho sem volta, mas, é certo também, que a sua utilização definitivamente não prescinde e jamais prescindirá da figura do advogado. A inovação veio para contribuir com o operador do direito, tornando assim o trabalho mais ágil, eficiente e próspero, a fim de atender aos interesses dos clientes.

A exemplo disso temos as Lawtechs e Legaltechs, que consistem em startups que criam produtos e serviços de base tecnológica para melhorar o setor jurídico, trazendo assim, maior eficiência, capacidade de análise e controle, otimizando o tempo do advogado, que poderá se debruçar sobre questões estratégicas e de maior e relevância.

Em resumo, a inteligência artificial, aplicada às Lawtechs e Legaltechs, consiste no desenvolvimento de soluções para facilitar a vida dos advogados. A experiência disso, estão disponíveis no mercado inúmeros softwares jurídicos que vão muito além do controle de processos, promovem pesquisas jurisprudenciais e doutrinárias, realizam acordos, apontam estatísticas e tendências, dentre outras úteis ferramentas.

Não obstante, para que a inteligência artificial possa alcançar sua finalidade, dependerá do trabalho prévio e contínuo humano, para imputação de dados, revisão e atualização constantes. Note-se ainda, que a melhor tecnologia jamais substituirá o trabalho dos advogados em demandas estratégicas que envolvam questões multidisciplinares, interesses peculiares do cliente e planejamento.

Devemos entender que o uso da tecnologia aplicado ao Direito, em destaque a inteligência artificial, vai além de um mero software, ou então do uso de uma startup, mas impõe uma mudança de cultura no modelo de negócio. A união do potencial humano com ferramentas tecnológicas criada pelo ambiente de negócio disruptivo representa grande avanço, valorizando o tempo do advogado que deve ser permeável às inovações. Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.

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